domingo, 31 de agosto de 2008

O TCU disponibiliza lista dos responsáveis por contas julgadas irregulares


A lista atualizada dos (ir)responsáveis pelas contas públicas que foram julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas da União já está disponível. O arquivo PDF pode ser baixado do site do TCU ou clicando-se aqui.

Gasparini confunde público e privado


Um servidor público do alto-escalão do governo Welson Gasparini (PSDB) foi visto, ontem, pela reportagem do A Cidade em campanha para a reeleição do prefeito em horário de trabalho.

O coronel Antonio Carlos Muniz, superintendente da Transerp, esteve a partir das 15h em evento da campanha no Jardim Paulista. O corpo-a-corpo do prefeito durou até as 17h. Nesse horário, Muniz deveria estar na prefeitura.

O Ministério Público vai investigar o caso. Se confirmar a informação, o promotor Aroldo Costa Filho pode pedir a cassação do registro da candidatura do prefeito.

Com um broche com o número de Gasparini, o superientendente da Transerp, percorreu com o prefeito todos os estabelecimentos comerciais do local.

Segundo o advogado especialista em direito eleitoral e gestão pública Angelo Pessini Junior, a participação de servidores na campanha, durante o expediente, é ilegal.

“O artigo 73 da lei eleitoral é claro. Ele define como conduta vedada a agentes públicos em campanha ceder servidor público ou usar os seus serviços durante o horário de expediente”, disse.


O promotor Aroldo Costa Filho, que teve acesso à foto da participação de Muniz, classificou o caso como possível abuso de poder político. “Uma das penalidades é a cassação do registro”, disse.

Questionado no local sobre o assunto, Muniz disse que participa “de vez em quando” da campanha de Gasparini, “geralmente aos sábados e à noite”. “Quero dar minha contribuição”, disse.

Perguntado se não deveria dar expediente na Transerp naquele horário – eram 16h30 – ele disse que conseguiu a tarde livre.

À noite, por telefone, Muniz negou que estivesse em horário de trabalho. Segundo o superintendente, ele estava de passagem, viu as bandeiras do prefeito e resolveu parar, ficando “quinze minutos no local”.

O prefeito Gasparini disse que é contra a participação de qualquer servidor público na campanha em horário de trabalho e que Muniz estava de folga.



MP vai estudar ação contra Gasparini

Com base na foto registrada pelo jornal A Cidade, o Ministério Público vai abrir procedimento para apurar irregularidade na participação do superintendente da Transerp na campanha do prefeito. Segundo o promotor Aroldo Costa Filho, a tendência é, se confirmada a informação, pedir a cassação do registro da candidatura de Gasparini. “Utilizar servidor público em campanha configura crime eleitoral”, disse o promotor.



Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71644/prefeito-usa-servidor-na-campanha.html

Rafael Silva aposta no modelo de Curitiba


QUEM É
Nascido em Jardinópolis, 62 anos
Bancário aposentado: ex-funcionário do Banco do Brasil
Casado com Maria Clara Machado da Silva
Quatro filhos – Rafael, Rodrigo, Raquel Cristina e Ricardo Augusto


Eleito vereador em 1988, reeleito em 1992.
Eleito deputado estadual em 1996, está atualmente cumprindo o quarto mandato como deputado estadual
Disputa a prefeitura de Ribeirão Preto pela terceira vez – tentou ser prefeito em 1996 e 2004



A Cidade – O principal problema enfrentado na área da educação em Ribeirão Preto está na falta de creches e pré-escolas. Segundo dados da prefeitura há um déficit de duas mil vagas. Com resolver isso?



Rafael Silva - Creche é o assunto mais grave porque penaliza as crianças e penaliza os pais também. A mãe principalmente. No primeiro momento eu vou realizar parcerias com a iniciativa privada, ou seja, com entidades filantrópicas e associações que realmente se interessem. Nestas parcerias vamos fazer o acompanhamento do poder público para poder mensurar o desempenho de cada entidade. No primeiro momento é a solução mais rápida. As parcerias bem feitas são altamente produtivas.


A Cidade – Parcerias saem mais baratas do que a construção de creches?

Rafael – Sai mais barato. Mas a nossa preocupação não é apenas o custo, mas a qualidade.


A Cidade – Ribeirão tem três problemas sérios de saúde. Na rede básica há falta de médicos e fila de espera para as especialidades. Na área hospitalar há falta de leitos para urgência e emergências. Como resolver estes problemas?

Rafael – No primeiro momento nós vamos criar um programa de qualidade total. Vamos criar a figura do gerente profissional. Que seria mais ou menos o gerente de cidades. Nós vamos ter a valorização dos servidores de cada unidade. Nós vamos ter um programa de acompanhamento on-line, de cada setor de cada departamento de Ribeirão Preto e em cada posto de atendimento. O paciente vai chegar no posto e na medida em que ele se identificar e buscar ali uma consulta, um remédio, já entram em tempo real todas as informações e naturalmente a hora de chegada registrada, a hora que ele for chamado para o consultório entra para a rede toda a informação. Aí nós vamos saber qual médico está presente, qual funcionário está presente e qual o horário de entrada de cada funcionário, de cada médico. O tempo que o médico atendeu. Tudo em uma escala de tempo, entendeu. Então um médico atendeu uma pessoa às 12 horas, outra às 12h40, nós vamos ter todo este acompanhamento em tempo real. E vai ter a valorização dos profissionais do setor. O programa de qualidade total visa melhorar o atendimento e visa também a qualidade do serviço desenvolvido pelo funcionário e valorizar o funcionário de forma diferenciada, em cada setor. E os prêmios serão instituídos. Em algumas unidades, nós vamos estudar a mudança nos horários de atendimento, havendo necessidade de criação de novos postos de atendimento, nós vamos providenciar a crianção destes postos, só que isto tudo vai ser feito após uma radiografia do setor, porque em muitos casos o problema na máquina pública não está diretamente ligado à falta de servidores, à falta de estrutura, e sim a uma gestão inadequada. Como nós teremos em Ribeirão Preto uma administração profissional em todos os setores, na saúde também vai ter esta administração, com certeza vamos otimizar a produtividade de cada servidor.


A Cidade – O senhor acha que existem recursos suficientes hoje para a saúde?

Rafael - Tem recursos e nós criaremos os recursos, porque eu vou implantar em Ribeirão Preto um governo de austeridade extrema. Exemplo, hoje alguns vereadores antigos chegam a ter de 50 a 100 pessoas indicadas trabalhando na prefeitura. Quando isso acontece o servidor de carreira fica descontente, desmotivado, porque tem um chefe despreparado, ou sem compromisso com a administração. Se um vereador indica um diretor para um setor, encarregado. Este diretor, ou encarregado, vai estar preocupado em atender os interesses do vereador e não da administração como um todo. O prefeito perde a unidade de comando, esse loteamento da máquina pública é altamente nocivo e acontece em função dos acordos eleitorais, ou pré-eleitorais. Um partido apóia determinado candidato que tem garantia de uma secretaria e dezena de cargos. Não entra na ánalise a qualidade profissional daqueles que vão ocupar os cargos e sim a força política de quem indica.


A Cidade – O senhor falou em uma administração profissional. Na saúde o senhor vai colocar um secretário médico ou um gestor?

Rafael – Estudando administração, 40 anos atrás, eu li um livro, de cerca de 600 páginas, de autoria de dois assessores da Casa Branca. Muito interessante de ler. Naquele momento eu fiquei surpreso que estes autores entendiam que um secretário da saúde, ou ministro da Saúde, o diretor de um hospital, estas pessoas não deveriam ser médicos, e sim administradores. Aí eles fazem uma comparação, eu me lembro bem, se um grande hospital tiver em sua administração maior, um cardiologista, com certeza a cardiologia será de primeiro mundo, mas o hospital poderá ir à falência. Ele vai além, se for um médico, o diretor, o chefe, o responsável por um grande empreendimento na área da saúde, este médico tem de esquecer que é médico e tem que ser um administrador. Aí ele fala que se ele conseguir desempenhar o papel de administrador, de gestor, a empresa poderá sobreviver. Então eu vou querer para a saúde um administrador, se algum médico tiver esta condição tudo bem, se não tiver, nós vamos procurar. Sendo médico e administrador tudo bem.

A Cidade – Ele terá será um técnico?


Rafael – Ele terá de desenvolver uma função administrativa. Eu ouvi um entrevista do Adib Jatene [ex-ministro da Saúde] quando ele saiu do Ministério. O repórter perguntou: puxa, mas o governo está sendo de uma infelicidade muito grande, está colocando o José Serra para ser Ministro da Saúde. Então o Jatene disse: é a melhor medida que ele está tomando, o Ministro da Saúde não tem que ser médico, tem que ser administrador.


A Cidade – Ribeirão acabou com os terminais centrais de ônibus. Como o senhor vê a situação?

Rafael – Eu estive em Curitiba há 20 anos para conhecer o sistema de transporte coletivo e o sistema de lotes urbanizados que estava sendo implementado pelo prefeito Jaime Lerner. Eu tentei trazer esta proposta para Ribeirão Preto. Hoje eles têm 351 terminais tubulares. Então a pessoa com deficiência, chega em uma cadeira de rodas, tem um elevador que eleva a cadeira até a plataforma. O ônibus chega, está no mesmo nível. As pessoas, os idosos, entram e saem dos ônibus sem problema, porque quando eles chegam estão no mesmo nível. E lá eles tem mais de 20 grandes terminais. Você paga uma passagem de R$ 1,90 e você vai para todos os lugares que quiser utilizando os terminais, com ônibus articulados. Hoje eles atendem 13 cidades. Curitiba e mais 12, pagando R$ 1,90, o ônibus chega a andar mais de 70 km para ir de um município para o outro, é o mesmo preço. São 22 empresas particulares, não dá prejuízo e tudo funciona muito bem. Eu tentei implantar este sistema em Ribeirão Preto quando estava começando em Curitiba, mas não consegui. Hoje é mais difícil, a cidade cresceu de forma desordenada. Eu vou começar implantar mudanças neste sistema. Não vamos ficar chorando sobre o leite derramado. Não foi implantado, tudo bem, vou começar a mudar agora a partir de 1º de janeiro.


A Cidade – Quais as mudanças que devem ser implantadas de imediato?

Rafael – Vamos criar corredores, com canaletas para ônibus nas avenidas, estas canaletas poderão ser utilizadas inclusive por motos, por táxi, por ambulância por viaturas policiais, por viaturas oficiais. Nós vamos criar estes pontos. Nós vamos fazer isto aos poucos. Não vou transformar Ribeirão Preto em uma Curitiba em 4 anos. Seria uma leviandade fazer esta afirmação. Mas vamos começar a promover estas mudanças e vamos mostrar que isto é viável sim. Claro que não existem condições de implantar estes corredores em tudo quanto é rua, porque o sistema permite. Na medida em que você tem um transporte coletivo de qualidade, você deixa seu carro em casa. Para se ter uma idéia em Curitiba, nos domingos, o usuário paga apenas R$ 1 da passagem.


A Cidade – Um incentivo a andar de ônibus.

Rafael – Um incentivo a andar de ônibus. Nós vamos criar inclusive, terminais que serão mini-shoppings, com lazer. O sujeito estando ali no terminal ele volta para o ônibus sem pagar passagem. Ele vai, paga uma conta, toma um café e volta para o ônibus com a mesma passagem e ele não saiu do sistema. Então o controle que vai existir está dentro do sistema. Nós vamos começar mudar isto em Ribeirão Preto, eu quero deixar claro para a população que é o início de uma mudança. Nós não vamos fazer de Ribeirão Preto uma Curitiba em quatro anos, mas nós vamos começar.


A Cidade – O que mais pode ser feito na questão do trânsito na área central de Ribeirão Preto?

Rafael - O Centro de Ribeirão Preto é caótico. Existe uma tendência de se agravar este crescimento desordenado. Dentro de seis ou sete anos, você não vai conseguir andar em algumas avenidas, ruas. Ribeirão Preto não teve um planejamento, de cinqüenta anos para cá nós tivemos prefeitos despreparados e que pensaram só naquele momento, nós não tivemos estadistas.


A Cidade – O senhor planeja alguma medida como restringir o acesso ao Centro dA Cidade?

Rafael – Não reduzir o acesso ao Centro, mas tornar inteligente este acesso. Estudar quais ruas terão determinada mão, vamos estudar onde os ônibus vão passar. Hoje você vê esta praça da Catedral, é um crime o que se faz com a população, não só aqui, mas nos pontos da cidade inteira. Ribeirão Preto é o centro de uma região muito importante e tem um transporte coletivo horrível. Eu tentei implantar mudanças, quando era vereador, que poderiam ter melhorado a situação.


A Cidade – Como o senhor vê a questão do aeroporto Leite Lopes?

Rafael - Ribeirão Preto foi caminhando para uma situação tal que hoje ficou quase inviável tirar o aeroporto de onde ele se encontra. Num primeiro momento poderíamos tomar uma outra providência. Nós deveríamos ter uma outra área com avenidas largas, suficientes inclusive para evitar problemas futuros de trânsito. Nós poderíamos ter o aeroporto em uma outra região, criando um cinturão verde, deixando área de escape no final da pista, para evitar acidentes. Poderia ter no entorno algum tipo de atividade, como restaurantes, parques para transformar o aeroporto em uma grande área de lazer qualificado, para servir de atração de toda a região. Quando eu era garoto em Jardinópolis, eu sonhava em ir ao aeroporto Leite Lopes, para ver o avião subindo e descendo. Se tivéssemos nós um aeroporto internacional em um local com planejamento, com entretenimento e lazer, nós criaríamos um pólo de atração. Você poderia promover este desenvolvimento em uma outra área de Ribeirão Preto, mas infelizmente, nós não tivemos administrações que tivessem essa visão, este entendimento, hoje existe a briga, vem o aeroporto, não vem o aeroporto, onde é o Leite Lopes. Hoje ficou quase inviável um outro local. Mas eu como prefeito, vou retomar esta discussão imediatamente e buscar uma solução, que seja a melhor possível.


A Cidade – Como o senhor vê a questão do plano diretor em Ribeirão Preto que até hoje não foi concluído?


Rafael – Completo o que eu acabei de falar, infelizmente Ribeirão Preto ao longo das décadas não teve administrações competentes, ou administrações preocupadas com o futuro. Nós estamos aqui tapando buracos, nós estamos aqui adotando medidas que podem colocar Ribeirão Preto em um crescimento voltado para o futuro. Ribeirão Preto não foi crescendo, foi inchando, com favelas, tudo sem planejamento, sem área verde, e sem a preocupação com o lazer e nenhum planejamento adequado. Eu estive visitando Curitiba lá estudando a questão das indústrias. O Jaime Lerner tinha um pensamento que você para melhorar as coisas você tem que misturar estas coisas. Você tem que colocar bairro residencial e um parque industrial, pequeno que seja, mas perto da área residencial. Para que a pessoa saia dali, inclusive, fazendo uma separação com grandes áreas verdes, que permite que a mulher possa ir trabalhar a pé, volte para cuidar do almoço, e volte para a indústria. Trabalha e volta para casa, tudo próximo. Aqui se fala vamos fazer um grande distrito empresarial, sem planejamento. Ribeirão Preto foi crescendo sem planejamento, foi inchando.


A Cidade - Hoje as maiores áreas de desenvolvimento no município estão nas zonas Sul e Leste. O senhor acha que existe um planejamento adequado para este desenvolvimento?

Rafael – Ribeirão Preto está crescendo porque é centro de uma região rica, de terra plana, terra vermelha. São José do Rio Preto, em termos de qualidade de vida está muito acima de Ribeirão Preto, Bauru está acima de Ribeirão Preto, Araraquara. Qualquer cidade que teve no passado o mínimo de planejamento, está à frente de Ribeirão Preto.


A Cidade – Como resolver esta questão?

Rafael - É mais difícil do que era no passado, eu reconheço. A dívida que o Gasparini está deixando é uma dívida gigantesca. Se você comparar a dívida que ele pegou com a dívida que ele está deixando, é uma dívida fantástica. Com o servidor público é uma dívida de mais de R$ 430 milhões, com juros e correção monetárias que chegam a quase R$ 50 milhões por ano. Então precisa ter determinação para resolver os problemas. Foi o Gasparini sim que deixou a dívida. Porque os servidores passaram a ter direito a uma diferença do plano Collor. Na época avisei o prefeito que ele deveria pagar, caso isto não acontecesse teríamos um desastre econômico e social no futuro. Eu tenho isto tudo documentado, inclusive com recorte do Jornal A Cidade, na época. Tenho tudo documentado, em 1990 ele não pagou.


A Cidade – Ribeirão tem 34 núcleos de favela hoje, como resolver isso?

Rafael - 20 anos atrás eu estive no Ministério do Interior em Brasília, fiquei dois dias no Sehac – Secretaria Especial de Habitação e Ação Comunitária, e eu trouxe para Ribeirão Preto um programa que tinha condições de eliminar totalmente as favelas. Eu estive com o prefeito na época e insisti com ele, ele não aceitou a minha idéia. São José do Rio Preto usou este programa, não tem nenhuma favela. Se fosse eu o prefeito 20 anos atrás, a cara de Ribeirão Preto seria outra. Quando foram construídas as casas no Jardim Juliana, ele alertei sobre o lixo, falei que daria um problema sério. Naquele momento o prefeito resolver mudar a posição de 40 casas, mesmo assim eu acertei e o problema existe. E ali ficou uma situação horrível.


A Cidade – Não dá para resolver o problema da favela?

Rafael – É mais difícil do que quando eu apresentei a solução há vinte anos. Mas dá sim. Eu sou o autor da lei do sistema de lotes urbanizados, que o Palocci usou em parte. Quando o Palocci saiu da prefeitura eu disse que ele usou, mas não de maneira adequada. Eu falei de forma técnica, de maneira adequada. Eu possuo um conhecimento profundo desta área de comunicação, desenvolvi um trabalho neste sentido.


A Cidade - Os lotes urbanizados podem ser uma solução?

Rafael – Podem ser uma solução, a lei é minha, que foi aplicada em Ribeirão Preto. Mas tem algumas peculiaridades que devem ser usados neste sentido.


A Cidade – É possível resolver o problema?

Rafael – É muito mais difícil do que foi no passado por falta de responsabilidade, por má gestão. Isto chegou a um ponto extremamente grave. Mas se nós começarmos a deixar para lá a entender que é insolúvel fica mais difícil. Eu tenho projetos importantes neste setor. Nós temos que ter um cadastro de todo mundo que mora lá, para que qualquer hora que você quiser ter conhecimento da faixa etária de cada um, da ocupação de cada um, temos que ter um mapa disto tudo. Assim vamos evitar que outras pessoas venham par Ribeirão Preto. Outra coisa, temos que tirar este estímulo que existe na migração. Com este controle nós vamos saber quem está em Ribeirão Preto, há quanto tempo está em Ribeirão Preto, se trabalha, se não trabalha. Este levantamento social dá condições de acompanhar e de entender quem realmente tem que ser atendido. Mas não vamos abrir mão também da austeridade para resolver este problema.


A Cidade – O objetivo do senhor é controlar quem chega na cidade?


Rafael – Tem que controlar quem chega, como chega. Nós temos um problema sério aqui na região que é o corte da cana manual. De repente você tem saindo lá de uma reunião do nordeste, oito, dez mil pessoas que vêm para nossa região. Eles vêm para voltar, só que muitos não voltam, constituem família aqui. Nós temos inclusive que combater, inclusive este corte de cana manual, terminando assim as queimadas. O corte de cana manual vem porque existem as queimadas, e vamos começar a resolver. Habitação é um problema sério. Em países desenvolvidos, em países sérios, os governantes não permitem uma migração desordenada, não. Numa reunião dos Estados Unidos, onde tem laranja e outros produtos que precisam em determinadas épocas de mais trabalhadores, as pessoas vêm com aqueles trailers, mas tem todo um controle de quem chegou e quando vai embora. Não dá para ficar mudando, vir para cá, se ele não tem emprego, não tem infra-estrutura.


A Cidade – Como o senhor pretende resolver o problema das enchentes na cidade?

Rafael – Com o aumento nos últimos anos da impermeabilização do solo, a água não tem onde fugir, ela corre para o fundo dos vales. Ela não é inteligente, ela não sobe escada, ela desce, vai para os vales. E aí você tendo tudo impermeabilizado, você vai ter muita água. Quando se vendeu a Ceterp, na segunda vez, o dinheiro poderia ser usado para isto. Naquela época com cerca de R$ 40 milhões, não daria para ter resolvido tudo, mas amenizaria de maneira significativa.


A Cidade – A obra de abertura do canal resolverá o problema. O senhor dará continuidade no projeto?

Rafael – Se você de uma forma bem feita, com bastante critério, você vai melhorar a situação sim. Mas não apenas com esta obra no canal, você tem que começar lá em cima e você tem que começar a cuidar também lá em Cravinhos, o problema da água. A água não é só nossa. Tem que ver de onde ela vem e ver o tipo de obra a ser implantado. Isto daí exige, além da abertura do canal dos córregos, exige também que se tire o ângulo reto que existe no cruzamento dos córregos, no ribeirão Preto e o córrego Retiro Saudoso. Esta obra que está sendo feita agora, poderia ter sido feita com o dinheiro da Ceterp, como também o tratamento de esgoto. Hoje Ribeirão paga mais de R$ 40 milhões por ano com tratamento de esgoto.


A Cidade – O senhor pretende rever este contrato?

Rafael – Pretendo rever este contrato e tenho informações, quer dizer informações, mas no Brasil não existe corrupção. Se tivesse corrupção, neste contrato houve alguma coisa esquisita. Mas como o Brasil é terra onde corrupção é apenas sonho de uma noite de verão, não houve nada. Este contrato para mim atendendo a interesses de quem fica e de quem vai. De quem fica é a Ambient, de quem sai é o governo que sai. Eu vou rever este contrato da melhor forma possível, porque a Ambient gasta muito pouco dinheiro para tratar este esgoto. Ela construiu emissários, mas o que o município paga por ano para este tratamento de esgoto, ele poderia financiar com recursos internacionais e ele mesmo construir os emissários. A mão de obra utilizada lá é mínima. Com o dinheiro da Ceterp você financiaria a solução para os emissários de esgoto, faria com muito mais qualidade, não teria o problema das enchentes. Mas o dinheiro da Ceterp sumiu porque políticos e covardes traíram Ribeirão Preto. Mas nós não vivemos em um pais sério, se vivêssemos teríamos muita gente na cadeia.


A Cidade - Qual o seu projeto para a área Cultural em Ribeirão Preto?

Rafael – A cultura, algum aloprado imagina que cultura é só você botar assim uma sinfônica na praça. Não, isto também, mas cultura é também você cuidar lá no bairro da capoeira, é você cuidar das festas de rua, é você levar para o bairro uma oficina de teatro. Você levar para o bairro uma quadra para você ter um show, uma apresentação. Eu volto para Aristóteles que falava que a tragédia grega era muito importante para formação das pessoas. Ali tinha uma peça onde algumas coisas terríveis e onde ele aprendia o que fazer e o que não fazer. Ele passava por um ensinamento. O teatro pode ser usado para isso. O teatro já é usado inclusive para resolver problemas psicológicos. Ele forma uma peça e ali vai desempenhar um papel e vai resolver muitas vezes através de um papel o problema que ele tem. Com a cultura eu vou levar entretenimento, cidadania para o bairro, lazer. É importante levar para o jovem um sentido para a vida. Este incentivo, muitas vezes não é nem financeiro, é uma motivação para o jovem não voltar para delinqüência. Eu quero levar para o jovem da periferia este estado de espírito. Eu vou levar para os bairros um sentido para a vida do jovem e nós vamos preparar o jovem para vida profissional, para a vida ética, a vida cidadã.




Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71656/rafael-silva-aposta-no-modelo-de-curitiba.html

Cartas dos Leitores

Horário eleitoral

Quem assiste ao horário político dos candidatos a vereadores, tem a impressão que todos são candidatos a cargos religiosos. Todos querem ajudar a população, serem o representante dos pobres, melhorar a saúde etc...

Isso me lembra fatos reais que todos nós vemos no nosso dia, milhares de pessoas dedicam parte de seu tempo para ajudar hospitais, creches, associações de bairros e outros trabalhos voluntários sem nenhuma contrapartida financeira. Será que se não houvesse a remuneração mensal e todos os benefícios do cargo, nós veríamos a cara desse pessoal? Sabe, como todos querem ajudar a cidade, nada mais justo que o cargo de vereador ser voluntário, ou seja sem nenhuma remuneração. Temos certeza que se isso fosse realidade, a situação das nossas cidades seriam muito melhores.

José Humberto Lopes

Químico



Desacerto

Como cidadão cumpridor de minhas obrigações, não vejo como é possível tanto desacerto estampado na imprensa sobre seus ex-presidentes da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, com reprovação de contas pelo Tribunal de Contas do Estado, adicionando-se ainda uma infinidade de projetos inconstitucionais, e mais, uma lista extensa de irregularidades apontadas com freqüência pela mídia. Acontece que, ainda concorrem à reeleição, com chances reais de continuarem na Casa de Leis por mais 4 anos, exatamente para repetirem os mesmos fatos, com certeza. Suplicamos ao Ministério Público para que se empenhem ao máximo, de modo a impugnar estas candidaturas.

Ivens Alves Telles
Pres.Ass.Moradores- Ribeirânia



Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71674/dos-leitores.html

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Candidatos falam muito e esclarecem pouco


O debate entre seis candidatos a prefeito, na noite de ontem (28), não tirou as dúvidas dos eleitores. Muitas questões ficaram sem respostas e os prefeituráveis preferiram os discursos à discussão de propostas. Participaram Daniel Lobo (PTB), Dárcy Vera (DEM), Feres Sabino (PT), Rafael Silva (PDT), Rubens Chioratto (Psol) e Welson Gasparini (PSDB).

Fonte: http://www.tribunaribeirao.com.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=67&Itemid=1

Dárcy Vera amplia vantagem em Ribeirão Preto, diz Ibope

A candidata a prefeita de Ribeirão Preto (SP) Dárcy Vera (DEM) ampliou sua vantagem na disputa eleitoral e lidera com 65% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope. Em relação ao levantamento anterior realizado em julho, a democrata cresceu 11 pontos percentuais.

O prefeito e candidato à reeleição, Welson Gasparini (PSDB), mantém o segundo lugar na preferência do eleitorado com 13%, um ponto percentual a mais do que a pesquisa anterior.

Em terceiro está o candidato Rafael Silva (PDT), que caiu sete pontos percentuais em relação ao levantamento anterior e agora tem 4% das intenções de voto.

Votos brancos e nulos somam 8% e os que não sabem ou não responderam são 6%.

O IBOPE entrevistou 602 eleitores entre os dias 25 e 27 de agosto. A margem de erro é de quatro pontos percentuais. A pesquisa foi registrada sob número 04/2008 na 108ª Zona Eleitoral de Ribeirão Preto.

Segundo turno

Em um eventual segundo turno entre Dárcy Vera e Welson Gasparini, a democrata vence a disputa com 71% contra 14% de Gasparini.

No cenário entre Dárcy Vera e Rafael Silva, a democrata mantém a vantagem e vence a eleição com 72% contra 9% de Silva.

Na suposta disputa entre Gasparini e Silva, a pesquisa registrou um empate técnico, com 28% dos votos para o primeiro e 26% para o segundo. Neste cenário, 37% dos entrevistados votariam em branco ou nulo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u439501.shtml

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

18 promessas em 2 horas


Em duas horas de programa na primeira semana do horário eleitoral gratuito, quatro candidatos a prefeito de Ribeirão - Dárcy Vera (DEM), Daniel Lobo (PTB), Feres Sabino (PT) e Welson Gasparini (PSDB) já fizeram 18 promessas, uma média de 4,5 para cada um. Mauro Inácio (PSTU), Rafael Silva (PDT) e Rubens Chioratto Junior (PSOL) ainda não se utilizaram, na TV, do tradicional expediente.

A líder no quesito é a deputada estadual Dárcy Vera, com seis projetos apresentados. Feres Sabino (5), Daniel Lobo (4) e Welson Gasparini (3) completam a lista. Foram contabilizadas apenas promessas diretas, sobre assuntos específicos. Melhorar a saúde, por exemplo, não é considerado promessa, mas contratar médicos e criar hospitais sim.

Além das promessas - ou projetos, como os candidatos preferem chamar - o que se notou na primeira semana de horário eleitoral gratuito foi a falta de explicação sobre a forma de concretizar o que se disse. Nenhum dos candidatos explicou, durante o horário eleitoral, de onde pretende tirar recursos para concretizar os projetos. Na maioria dos casos, também nota-se promessas superficiais e sem detalhamento. Feres Sabino e Dárcy Vera, por exemplo, afirmam que pretendem contratar mais médicos, mas não dizem quantos. Segundo Álvaro Martim Guedes, especialista em administração pública, as promessas em época de campanha são “naturais”, mas o eleitor deve avaliar com cuidado o que os candidatos dizem.

“Muitas vezes, existem promessas feitas sem o menor estudo da realidade. Já vi casos de candidatos prometerem coisas que a lei impede ou dificulta, como a construção de universidades municipais ou a melhoria da polícia”, disse. O cientista político Fernando Azevedo concorda. “Se o candidato não disser de onde pretende tirar o dinheiro para concretizar a promessa, pode ter certeza de que não passa de enrolação”, disse.



Repercussão

Segundo Dárcy Vera, a forma como as promessas serão colocadas em prática será explicada nos próximos programas. “A intenção é jogar as idéias e explicar. Devemos explorar as formas de fazer ao longo dos programas”, disse.


Já Sabino afirmou que as propostas devem priorizar a saúde e que “não devem ser avaliadas pela quantidade, mas pela qualidade”. “Tudo que for prometido, será cumprido”, disse.

Welson Gasparini também foi procurado, através do coordenador de comunicação Vicente Seixas, que afirmou que o programa eleitoral de Gasparini é focado em mostrar as realizações da administração durante sua primeira gestão e que as propostas seriam continuação natural do trabalho já realizado. A reportagem também ligou quatro vezes na tarde de sábado para o candidato Daniel Lobo e deixou um recado em sua secretária eletrônica, mas ele não atendeu às ligações.

Ataques ficam fora da TV

Nos dois primeiros programas eleitorais gratuitos na TV, nenhum dos sete candidatos a prefeito atacou diretamente seus concorrentes.

Feres Sabino e Dárcy Vera chegaram a criticar, de forma leve, a administração municipal, enquanto Rafael Silva optou por tecer comentários desfavoráveis contra políticos corruptos.

As promessas do horário eleitoral:


Dárcy Vera (DEM)
Promessa Data

• Instalar uma escola de ensino técnico 22/08

• Consertar equipamentos quebrados nas Unidades de Saúde 22/08

• Contratar médicos 22/08

• Alocar médicos especialistas nas Unidades de Saúde 22/08

• Aumentar o Programa Saúde da Família de 23 para 60 equipes 22/08

• Criar o hospital da mulher onde hoje é a Mater 22/08



Feres sabino (PT)
• Reformar e equipar a rede básica de saúde 22/08

• Contratar médicos 22/08

• Pagar prêmios aos funcionários da saúde por desempenho 22/08

• Ampliar o Programa Saúde da Família 22/08

• Realizar clínicas de mamografia e exames da mulher 22/08


Daniel Lobo (PTB)
• Não colocar radares escondidos 20/08

• Construir creches 20/08

• Construir escolas 20/08

• Atrair empresas para Ribeirão 20/08

Welson Gasparini (PSDB)
• Atrair empresas para o Distrito Industrial 22/08

• Ampliar programas de emprego para jovens 22/08

• Criar Secretaria de Ciência e Tecnologia 22/08


Mauro Inácio (PSTU), Rafael Silva (Pdt) e Rubens Chioratto Junior (PSOL)
Os candidatos não fizeram promessas em seus respectivos horários eleitorais na TV. Rafael preferiu divulgar sua biografia, enquanto Rubens posicionou-se como novidade política e Inácio como defensor das minorias.



Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71405/candidatos-fazem-18-promessas-em-2-horas.html

Feres Sabino conta passagens de sua gestão na OAB Ribeirão Preto


“Minha Diretoria foi fiel no cumprimento de cada compromisso assumido e expresso em meu discurso de posse” – é assim que começa o seu relato para o Jornal OAB Ribeirão o ex-presidente da entidade, que administrou a OAB local no triênio 75/77.

“Esse discurso revela a pauta jurídico – político –institucional daquele tempo. Era a ditadura, que tentava nos sufocar. O discurso pretendeu ser um hino ao culto da liberdade, que é o advogado, cuja palavra é a sua arma e a sua elegância. É bom relê-lo”, lembra Feres Sabino. “...Pois não se compreende um advogado neutro. Não se compreende um advogado diletante. O advogado, nessa época de tentada supremacia dos tecnocratas, ressurge engrandecido pela intimidade de seu destino com a Liberdade. Do cidadão, do povo. Do país. Do mundo”.
Nesse discurso, diz o ex-presidente, defendia-se, ‘aproximação maior, entre nossos Órgãos Superiores e o grande contingente de advogados inscritos em nossa Ordem. E nisso pretendia-se sensibilizar a Capital, para o interior, a nossa Secção para nossa Subsecção. Mostrar-lhes, para cansá-los o que já sabiam: ressente-se de política interiorana a nossa política de classe. Esta política há de ter como alvo, tão só, a consciência de classe’.
“Lutava-se pelo Exame de Ordem e por política federal que não inibisse a democratização do ensino, mas ‘evitando-se incentivo ao mercado paralelo do descrédito profissional, com a proliferação de Faculdades’. Compreendia-se que operador do direito deve ser visto dentro de sua circunstância de vida, dizendo que a rigidez da lei é antes a rigidez do promotor, a compreensão da lei é antes a compreensão do Juiz, o entusiasmo da lei é, antes, a devoção do advogado e que, por isso, a Justiça leva consigo, sempre, a medida humana e moral do homem que por ela luta ou a ela administra em função dos homens”, salienta.
“Diz-se que A RESTAURAÇÃO DO HABEAS CORPUS, PARA TODOS OS DELITOS, É ANGÚSTIA COTIDIANA, NA VIDA DO ADVOGADO. E, mais, se fala em Liberdade, não se compreende o advogado sem independência. E, para garantir esta atitude não pode e não aceita reprimenda, censura, fiscalização, ou possibilidade de censura, fiscalização ou reprimenda de nenhum poder externo, estranho à entidade, quando uma onda autoritária ameaçava subordinar a Ordem dos Advogados ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Integrava também a pauta de nossa luta, a autonomia do Poder Judiciário e sua autonomia integral, sem deixar o advogado de pugnar por sua reforma, para possibilitar rapidez na administração da Justiça”, lembra Sabino.
E quanto ao envolvimento com a justiça social, o advogado citou em seu discurso: “e o advogado conhece a tragédia contemporânea, composta por duas máscaras chocantes, em pintura de pierrô alucinado: o da riqueza, a da miséria”.
Feres Sabino ainda destaca dois pontos de sua gestão: o primeiro se refere à história que culminou com a construção da Casa do Advogado. “Essa conquista iniciou-se quando se soube que a Ordem estava construindo em São José do Rio Preto. Pressionamos a Secção de São Paulo e o Conselho votou uma verba, que daria só para comprar um conjunto de salas. Recusamos a fazê-lo. Nossa classe merecia tratamento igual a de Rio Preto. Devolvemos o dinheiro. A gestão seguinte comprou uma casa e, posteriormente, aconteceu a doação do terreno e a construção da Casa da qual nos orgulhamos”, conta.
O segundo ponto refere-se ao fato criado pela visita surpresa do Juiz Jorge Cocicov e do Promotor Aníbal Augusto Gama, surpreendendo a tortura de presos na Delegacia de Policia do 2º Distrito. O fato teve repercussão mundial. “A Ordem participou ativamente da solidariedade prestada à coragem e à independência de nossas autoridades, chegando a estar em audiência com o Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, para tratar do assunto. Tornou-se histórico também o Comunicado assinado pela nossa Subsecção e pela Associação dos Advogados. É bom reler, ao menos, um trecho desse documento:.a tortura, pois, como meio e como fim, humilha o torturado, apodrece o torturador, como perverte a moral, a lei, desmentindo a consagração milenar da Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição das Constituições, cujo artigo V estatui ‘NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO À TORTURA, NEM A TRATAMENTO CRUEL, DESUMANO E DEGRADANTE’. Historicamente, é importante lembrar-se desse artigo, no DOCUMENTO DOS POVOS. Assinado que foi, após a brutalidade da 2ª Guerra Mundial, em ato de consciência e quase de contrição, a ingenuidade também falava de sua desnecessidade, porque a violência, que é a estupidez do homem solta no homem, contra o homem, já estava segura, refreada e presa, na consciência de uma batalha secular, onde o homem jurara, até, não ser mais o lobo do homem.”.

Fonte: http://www.oabrp.org.br/jornal_oab.php?jid=14&sid=16

Feres Sabino entra na segunda disputa pela Prefeitura


QUEM É

Feres Sabino, 69 anos, nascido em Brodowski
Formado em direito pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP; Procurador aposentado do Estado: foi procurador Geral do Estado no governo Franco Montoro (1983/86). Foi chefe da assessoria jurídica do governo, na gestão do governador Orestes Quércia ( 1987/1990).

Secretário Municipal de Negócios Jurídicos da prefeitura de Ribeirão Preto, entre 1993/1996. Presidente da Fundação Professor Manoel Pedro Pimentel - Funap, no governo Mário Covas (1998/2002).
Ex-presidente do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Otoniel Motta.
Candidato a prefeito de Ribeirão Preto, em 1976, pelo PMDB; candidato a vice-prefeito em 1982 e candidato a deputado federal em 1990 (PSDB)
Viúvo, dois filhos: José Feres e José Guilherme



ENTREVISTA A HÉLIO PELLISSARI


A Cidade – O senhor acha que o nosso maior problema hoje está na pré-escola e creches, pelo grande déficit de vagas nesta área?

Feres Sabino – Pela informação do Ministério Público nós temos 11 mil crianças necessitadas de creches. Você tem que construir creche, não tem outra saída. Ou você faz com recursos municipais, ou você aproveita as linhas de financiamento que o governo federal tem, ou parcerias com a sociedade civil. De maneira que as vertentes de solução são estas.


A Cidade – A prefeitura tem recursos para construir todas estas creches?

Feres Sabino – Se não tiver nós temos a linha do governo federal. Eu acho que por aí tem solução.


A Cidade – É possível zerar este déficit em quatro anos?

Feres – Só em 2018 a linha de crescimento da população diminui. Então para você falar que vai terminar o problema não seria real. O que nós precisamos é ter uma política de absorção destas crianças em creches que eventualmente sejam criadas na medida da necessidade. Se você colocar essas três possibilidades de solução eu acho que você pode responder adequadamente a totalidade das crianças em cada período, mas precisa da parceria com a sociedade civil.


A Cidade – De que forma?

Feres – Você pode ter, por exemplo, várias empresas. Eu encontrei uma empresa que financia uma creche, perto de 220 crianças, à razão de R$ 25 mil por mês. Paga três vezes menos do que gasta a prefeitura. De maneira que a sociedade precisa assumir esta responsabilidade também. Quando eu vejo uma empresa com este grau de responsabilidade social, fico muito mais otimista na solução do problema. Nós vamos incentivar as associações de bairros, porque nós vamos administrar com o orçamento participativo, como na primeira gestão do [Antônio] Palocci, vamos incentivar as associações de bairros, como grupo de pressão e eventualmente, essas associações poderão ter também a responsabilidade da creche no bairro se for necessário, de maneira a aproveitar as associações e ONGs que possam responder a este problema.


A Cidade – Na questão de saúde, o município tem dois problemas sérios . Um, nas unidades básicas, onde faltam médicos, há fila para atendimentos de especialidades; e o outro, a falta de leitos nos hospitais para urgências e emergências. Como o senhor pretende atacar estes problemas?

Feres – Olha, primeiramente a nossa é uma rede invejável do ponto de vista de equipamentos. Se existe falta de médicos em várias especialidades, nós temos de contratar. Mas fundamentalmente, além de valorizar o servidor, nós vamos estabelecer um plano de metas para cada unidade de saúde. Os critérios de desempenho, pontualidade e forma de tratamento da cidadania, são pontos que irão influenciar na maior remuneração do servidor. De maneira que se não tiver um plano de metas, eu acho que não há solução razoável no setor. Você prestigia o servidor, você estabelece um grau de responsabilidade e certamente a eficiência vai melhorar, e mais ainda, este planejamento feito em relação à rede da saúde tem que ser revisto, porque a Mater funcionou durante anos com 40% da sua capacidade. Nós estivemos no hospital Santa Lydia. Eles trabalham com 60 leitos e admitem que possam trabalhar com 90 leitos. De maneira que nós temos que levantar o potencial disponível na rede, fazer um planejamento adequado em relação a isto e seguramente vai sobrar até dinheiro. Porque quando você organiza as coisas, estabelece um critério de fiscalização e de controle, sobra dinheiro. Então o problema da saúde em Ribeirão em princípio não é de dinheiro, é de gestão.


A Cidade – Na rede básica o que pode ser feito de imediato? Vai contratar médicos?

Feres - Isto nós podemos iniciar um processo de contratação no primeiro dia. O chamamento será feito na medida das possibilidades, mais os concursos, que têm validade para dois anos, prorrogáveis para mais dois. Então você tem que deixar disponível. Se porventura, uma reordenação ou um planejamento novo no setor achar necessidade de tal médico, em tal especialidade, nós vamos chamar. Mas nós podemos deflagrar um processo de concurso imediatamente, no primeiro dia.


A Cidade – Vocês têm um plano de governo para a saúde já formalizado para a Saúde?

Feres - Sim, a formulação completa dele está para ser concluída em novembro.

A Cidade – E a questão das urgências e emergências, os hospitais reclamam que faltam recursos tanto do município como do estado para resolver este problema. O que pode ser feito de imediato?


Feres – Pela análise que fizemos, nós dizemos que o problema da saúde não é de dinheiro, é de gestão. Se tiver um planejamento adequado, geralmente sobra dinheiro. Para responder a sua pergunta, eu respondo com planejamento. Nós vamos planejar. Se precisar de dinheiro, o município, que já estão anunciando com orçamento de um bi [R$ 1 bilhão], seguramente a prioridade será a saúde.


A Cidade – O senhor pretende colocar um gestor na saúde, ou um médico?

Feres – Olha, dizem que os médicos não são bons gestores, eu inclusive sou advogado. Dizem que o Banco Nacional de Desenvolvimento tinha algumas restrições a empréstimos quando não fossem para gestões de pessoas não-médicas. De maneira que eu vejo assim, normalmente eu coloco um médico, se o médico conseguir a condição de bom gestor, de bom administrador público, eu não vejo problema algum. Porque normalmente eles dizem que o meu secretário vai ser o meu vice [o especialista em saúde pública, dr. Franco]. Ele diz que não. Ele tem experiência de gestão pública. Nenhum administrador pode ignorar que qualquer cidadão pode reunir a qualidade da sua profissão e uma capacidade administrativa, pode ser médico, pode ser advogado. Mas fundamentalmente tem que ter sensibilidade, tem que ter responsabilidade social, tem que ter consciência de que a coisa não está boa e tem que mudar.


A Cidade – Alguma gestão anterior na Saúde impressionou o senhor? Alguma que o senhor considere exemplar?

Feres – Na primeira gestão do Palocci eu tenho uma boa lembrança do bom trabalho que o Raya [Luís Carlos Raya, já falecido] fez, o Raya era uma referência, um médico competente e um grande administrador. É uma boa inspiração.


A Cidade – Ribeirão Preto desde 2000 terminou com todos os terminais de transporte urbano. Qual a proposta para a área?


Feres - Primeiro tem que ter um centro de operação de todo o trânsito de Ribeirão. Isto significa a implantação de semáforos inteligentes que permitirão, com o auxílio de câmeras, controlar o tráfego na cidade em tempo real. Isto gera a diminuição de número de atropelamentos e acidentes, aumenta a velocidade, diminui o estresse das pessoas. Esta tecnologia tem que ser adotada. Os terminais, tanto o central quanto os terminais nos bairros, é uma imposição de qualquer sistema de transporte que tenha responsabilidade com a cidadania. Nós pretendemos nestes terminais, implantar uma espécie de poupatempo municipal. O terminal é um ponto de encontro da vizinhança e se quiser pagar uma conta, tomar um café, vai lá no terminal de ônibus. Agora tem o terminal central. Este é um outro problema. Houve uma prorrogação de uma concessão da estação rodoviária, que eles dizem que é nova, mas que é bem antiga. No meu ponto de vista esta rodoviária tem de ser deslocada para outro local da Cidade. Há uma preocupação em relação ao comércio que eventualmente seria prejudicado. Mas as pessoas que pensam assim não imaginam a Cidade com outro sistema de transporte, se você tem uma rodoviária em outro ponto, próximo das rodovias e mantém o sistema de transporte, diferente, confortável e que traga o visitante para o Centro, em ônibus confortável, é um outro sistema, uma outra concepção. O que nós não podemos aceitar é que um a Cidade moderna coloque a rodoviária no Centro da Cidade, sob o pretexto de que o comércio central vai ser prejudicado. Se nós fizermos a revitalização do Centro, fazer um sistema de transporte razoável, fazer estas mudanças que são necessárias, o comércio de Ribeirão vai ganhar e lá [na rodoviária] ficaria o terminal central dos ônibus urbanos.


A Cidade – E o contrato com a Socicam, existe um contrato de concessão?

Feres - Eu não vou e nenhum administrador pode estabelecer, ou tomar nenhuma decisão que seja irresponsável, ou que coloque qualquer contrato público em um jogo de instabilidade. A primeira motivação vai ser uma grande renegociação dentro dos parâmetros legais. Evidentemente, eu sou advogado, e sei o que isto implica, para ver se conseguimos fazer uma mudança nisso aí, sem prejuízo que possa ser causado a quem quer que seja. Se bem que em termos de ordem pública, o poder público pode rescindir qualquer contrato, paga uma indenização. Isso se todo o processo de prorrogação foi legal, eu não estudei isto ainda. Acho o seguinte: o critério é fazer uma negociação e depois que tecnicamente estas questões estejam bem definidas porque eu tenho que apresentar uma solução para A Cidade, para os comerciantes, contar que o plano é este. Tem que acreditar que vamos fazer uma mudança desta ordem. Mudar a concepção.


A Cidade – Objetivamente o que o usuário de ônibus urbano pode esperar?

Feres - Primeiro, você tem que ver qual a condição do contrato com que estas permissionárias estão trabalhando. Um dado que é importante e que não podemos ignorar, existe uma ação civil pública e uma ação popular para anular a dação que foi dada em pagamento para algumas empresas . Isto já tem uma sentença anulatória, a sentença já foi confirmada e existe um voto favorável às empresas e que foi recorrido, ainda não está decidido. Se isto for confirmado, imediatamente abre a possibilidade de uma licitação. Uma licitação que, aliás, no primeiro governo Palocci, não se conseguiu fazer porque o poder Judiciário demorou muito para decidir, a coisa passou e não foi feita a licitação. Eu sei porque eu fui procurar saber com a promotoria o que acontece exatamente sobre isto, e fiquei sabendo que o promotor recorreu ao juiz, que ele deferisse a licitação e não deferiu porque ainda existe um recurso.


A Cidade – Com relação ao trânsito o que efetivamente pode ser feito para resolver o problema tanto no Centro quanto nas avenidas?

Feres - Isto tudo é parte de um estudo objetivo. Nós vamos saber o seguinte, onde se pode estacionar, onde pode estacionar nos dois lados da rua, onde não pode estacionar, onde haverá corredor de ônibus em razão de linhas circulares em Ribeirão que não tem. Depois disso nós vamos incentivar da maneira que puder a construção de estacionamento no Centro de maneira, que eventualmente se faça a ciclovia, a motovia, se for necessário. Fora isto o que será feito é implantar na prefeitura o que eu implantei por todos os locais onde passei, um sentimento de urgência para um processo de modernização. As coisas acontecem, eu me lembro do caso da procuradoria, quando nós estudávamos a lei orgânica da procuradoria, nós montamos o projeto e eu disse: não existe problema que não se possa resolver em dois anos. Ou resolve ou não resolve, mas todo mundo vai saber por que. O que nós queremos é implantar, ainda que eu seja prefeito uma única vez, eu quero implantar uma administração democrática, participativa e transparente, que vai ouvir a população, todos os segmentos da sociedade, como os órgãos de associações de classe, enfim ouvir toda a sociedade, para definir um quadro de democracia que deve ter.


A Cidade – Dentro desta questão, como fica o aeroporto internacional?

Feres - Nós vamos lutar para que seja internacional, mais ainda, nós temos um projeto de um centro de convenções. Que aliás foi um ofício da prefeitura para Brasília, dizendo que ótima idéia e tal, mas não mandaram o projeto e portanto uma verba de R$ 120 milhões não foi liberada para Ribeirão para construir um centro de convenções. Este centro de convenções para se ter uma idéia, estamos falando em uma campanha eleitoral que tem um dado absolutamente diferente em um universo político e social brasileiro, que é o governo Lula. O governo Lula mudou o comprimento do pacto federativo com financiamento para todas as áreas de política municipal. No território brasileiro todo. Isto é um fato extraordinário. Eu falei no centro de convenções e lembrei agora. O presidente Lula que criou o Ministério da Cultura e um plano nacional de cultura. Reservou agora no Programa de Aceleração do Crescimento, R$ 560 bilhões para o turismo nacional. Além da propaganda externa, inclui toda a infra-estrutura necessária para o Brasil inteiro. Ribeirão necessariamente tem que ter uma secretaria de turismo, porque? Poderia ser uma coordenadoria, mas nós preferimos uma secretaria pelas grandes possibilidades que Ribeirão tem no turismo de negócio e grandes possibilidades de utilizar estes negócios todos, para fazer autódromo, para fazer uma hotel escola. Enfim tem toda uma possibilidade de nós conseguirmos até um aeroporto internacional.


A Cidade – O aeroporto deve permanecer onde está hoje?

Feres - Pelo que eu soube, eu conversei com o Ministério Público e segundo o Ministério Público é muito difícil que isto ocorra, temos que buscar uma alternativa. E qual a alternativa ? Inclusive está no Ribeirão 2001, um projeto feito na primeira administração do governo Palocci, usando uma área contígua, junto a Serrana. Serrana inclusive está implantando um terminal intermodal de cargas. Que coisa fantástica se nós pudéssemos dar esta dimensão para um aeroporto internacional. Para você ter uma idéia, toda a produção do sul de Minas, de Goiás e da região de Ribeirão Preto vai chegar por estrada de ferro até o porto de Santos e vai chegar em uma escala de economia fantástica. Então o que nós temos que fazer é exatamente isto, imprimir um sentimento de urgência, para tratar a cidade integralmente.


A Cidade – O plano diretor de Ribeirão Preto está há sete anos aguardando para ser concluído. O que se pode fazer para garantir o desenvolvimento do município?

Feres - Ontem eu conversei com um empresário. Eu vou falar a idéia que ele deu e qual a nossa preocupação. Nós temos que ter uma concepção de Plano Diretor para criar novas centralidades. Por exemplo, os Campos Elíseos. Ontem nós conversamos com um empresário que afirmou que os Campos Elíseos está sendo esvaziado. Então o que poderia fazer, em qualquer área de desenvolvimento da cidade. Na Via Norte, por exemplo poderia se construir praças ao longo da avenida. Fomenta a construção de um centro de distribuição de mercadorias por atacado e fazer novas centralidades. O Quintino [bairro Quintino Facci], por exemplo, está reclamando uma agência bancária. Ora se a gente colocar um terminal de ônibus com esta configuração de poupa- tempo, ele serve toda aquela região. De maneira que se não der tempo de fazer tudo, temos de deixar o caminho para esta nova Ribeirão. Pela situação geográfica de Ribeirão e pela característica marcante de ser uma prestadora de serviços, comércio, nós temos de ter a pretensão de ser excelência em tudo.


A Cidade – As zonas Sul e zona Leste são as que mais crescem. Como acompanhar este crescimento?


Feres- É só verificar se o planejamento está de acordo com o Estatuto das Cidades, uma região não pode crescer se não houver um estudo a respeito da rede de água, da rede de esgoto, do setor onde vai se instalar.


A Cidade – O poder público consegue acompanhar este crescimento?

Feres - O poder público a bem da verdade está sempre defasado, porque não tem fiscalização, não tem planejamento adequado, eram áreas residenciais, agora passam para comerciais. Agora nos temos que preparar com tecnologia onde puder. Com rapidez e valorizar o servidor. Porque a cultura prevalecente, não em Ribeirão, mas de uma forma geral é que o serviço público é um bico. Nós temos que mudar isso aí. Temos que fazer que o servidor se sinta orgulhoso de ser servidor público na prefeitura.


A Cidade – Ribeirão tem hoje 34 núcleos de favela. Como acabar com as favelas?

Feres – Recentemente assiti a uma entrevista com Nizan Guanaes, então ele estava dizendo, está acontecendo no Brasil uma coisa estupenda. Não vou falar nem no parque automobilístico, nem no parque imobiliário, mas da área de propaganda. E ele frisou: antes tinha dois centros, São Paulo e Rio. Hoje não, tem que ter escritório em Goiânia, em Fortaleza. Porque a economia do país todo está muito ativada. O que significa isso para a resposta a pergunta que você me fez. A esperança é que muitas pessoas que vêm do Piauí, provavelmente possam retornar para lá. O norte e nordeste estão tendo um crescimento fantástico, para você segurar um pessoal na terra, tem que ter trabalho, tem que ter residência. O governo Lula levou para o nordeste este impulso de desenvolvimento. Isto significa que a imigração vai diminuir. Se não diminuir, ou diminuindo, nós vamos fazer o desfavelamento ou urbanização das favelas. Para isto o governo Lula também tem financiamento. Inclusive o Palocci conseguiu dinheiro para fazer o desfavelamento na região do aeroporto. A perspectiva é que a imigração deva diminuir em função do desenvolvimento destas áreas atrasadas do Brasil. Eu visitei a região do aeroporto e é impressionante o número de pessoas que vieram do Piaui, do Maranhão. Se lá tiver uma centralidade de desenvolvimento a perspectiva é que eles não venham. Do ponto de vista de como enfrentar, impedir, eu não posso, eu posso amenizar. Na verdade, ninguém nasceu para viver na sujeira. Aliás nós nascemos para ser felizes. Para ser feliz é preciso ter moradia, ter emprego, tem que ter meio ambiente saudável, uma vizinhança com que se conviva bem.


A Cidade – A idéia é urbanizar as favelas?

Feres – Ou urbaniza ou você faz o desfavelamento, construindo casas populares.


A Cidade - O senhor sabe quanto custaria para urbanizar estas favelas?

Feres – Isto não foi dimensionado. O importante é ter sensibilidade e as pessoas saberem que existe uma política pública.

A Cidade – Como o senhor enxerga o desenvolvimento econômico de Ribeirão?

Feres - Quem fez o parecer sobre o roteiro do Distrito Industrial fui eu no primeiro governo Palocci. Eu fico surpreso que o Distrito Industrial não esteja plenamente ocupado. Com relação àquela área, a gente pode até aperfeiçoar. Agora é preciso desenvolver um pólo de alta tecnologia. Ribeirão tem que ter centro de alta tecnologia.


A Cidade – E como fazer isto?

Feres – Montar laboratórios de pesquisa, não tem outro jeito. Agora não é botando placas na cidade. Tem que ter uma política, pessoas competentes, que atraiam indústrias. Isto é uma política de longo prazo. Historicamente foi criada esta imagem de que Ribeirão não deve ter indústrias. Eu acho que a gente tem que aproveitar aquilo que já está decidido. Ali é um distrito industrial é , vamos aproveitar! Se alguém aparecer com alguma idéia para melhorar a vinda e implantação da indústria nós vamos aceitar. Nós temos que botar a administração pública em um ritmo condizente com a importância de Ribeirão. Agora nós estamos no centro da região do etanol, alternativa do petróleo, isso é uma alternativa energética, uma coisa fantástica. Nós não podemos ter nada que não seja excelência, para fazer desta cidade excelência em tudo.


A Cidade – Ribeirão tem vivido um problema sério de enchentes. Como resolver isso?


Feres – Já tem uma solução técnica que está em marcha. A barragem do Royal Park, que foi concebida há não sei quanto tempo, não foi feita. O governo do PT resolveu o problema das enchentes em Bonfim com a barragem de Bonfim. Esta solução técnica já foi dada. Eu por exemplo gostaria de estudar um pouco mais para ver se tem uma alternativa para evitar a retirada das Palmeiras da Jerônimo Gonçalves. Acho que aquilo é um cartão postal e gostaria muito de preservar, agora não sei se vai dar tempo de uma reversão porque a solução técnica adotada já está em marcha. Se tivesse condições de demorar um pouco mais eu faria, mas como administrador não posso querer inventar tudo. Tenho que dar continuidade no que já foi realizado. Se tiver uma irregularidade, agora posso mexer. Mas se tudo foi feito dentro da legalidade sou obrigado a seguir, mesmo que eu não goste. Porque na administração pública você não faz o que você quer, mas faz o que a lei permite.


A Cidade – Que outras soluções podem ser adotadas para resolver o problema em outros pontos?

Feres – Ampliar as áreas verdes da cidade. Aliás, uma grande omissão do poder público. Está em pauta a questão do meio ambiente, se nós tivermos vontade para fazer. Aqui nós temos 4 metros quadrados por habitante de área verde e a ONU sugere 12 metros quadrados como ideal. Nós temos que ampliar as áreas verdes, que ajudam na diminuição das enchentes. Quando eu falo em áreas verdes eu falo nas chamadas florestas urbanas, com o nosso clima e a nossa umidade do ar, nós já tinhamos que ter isto a muito tempo.


A Cidade – Como seria a implantação destas florestas urbanas?

Feres – Seria nos lugares possíveis, evidentemente, teria de ser feito um levantamento de onde seria possível colocar árvores, plantar árvores nas portas das residências. Temos que criar uma consciência ecológica de forma a dar a Ribeirão Preto a configuração de uma cidade verde. E para isso nós vamos precisar dos órgãos de comunicação de massa. Já existe uma consciência com relação a isso no mundo inteiro. Nós poderíamos conscientizar melhor a população, com cada um respondendo com uma parcela de responsabilidade sobre a qualidade de vida.

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71375/feres-sabino-entra-na-segunda-disputa-pela-prefeitura.html

Gasparini disputa 5° mandato


Welson Gasparini, 71 anos
Partido: PSDB
Natural – Batatais – SP
Casado com Auri Stela Menna Barreto Gasparini
Prefeito de Ribeirão Preto em seu quarto mandato (2004/2008). Foi prefeito nos períodos de 1964/69, 1973/77 e 1989/92. Foi vereador na década de 60, e deputado estadual, na década de 70 e deputado federal na década de 90.
Também foi presidente da Companhia Agrícola do Estado e seis vezes presidente da Associação Brasileira de Municípios.
Professor, advogado, jornalista e radialista.

Quatro Filhos – Welson Gasparini Júnior, Luciana, Maurício e Marcelo

ENTREVISTA A HÉLIO PELLISSARI


A Cidade – Na área de educação o principal problema enfrentado pelo município está na área de creches e pré-escola. Segundo dados oficiais da secretaria da Educação o déficit é de mais de duas mil vagas. O que fazer?

Welson Gasparini – É simples, construir o maior número de creches. O que nós fizemos neste mandato. Construção de creches, convênios com entidades filantrópicas, entidades assistenciais, que já têm creches e nós pagamos hoje um per capita. Um exemplo, a creche da Liga das Senhoras Católicas que assim como outras creches de alto padrão em Ribeirão Preto, são muito bem organizadas e com um amor muito grande por parte dos dirigentes. Então fizemos convênios com as creches já existentes, e muitas dobraram o número de atendidos.



A Cidade – Quanto?

Gasparini – Eu não me lembro, mas o Seixas [Vicente Seixas] pode ver depois. Mas é bom porque estas entidades, todas elas entraram nestes convênios, e construímos creches também. Ontem eu fui visitar as obras da creche do Parque Ribeirão Preto. Lá vamos ter mais 150 crianças, que vão ser atendidas.


A Cidade – Vai ser possível atender toda a demanda em um próximo mandato?

Gasparini – Vai depender de uma série de coisas. Mas eu acredito que sim, se agora em três anos nós dobramos o número de crianças nas creches, se continuarmos neste ritmo, nós vamos em curto espaço de tempo dar um atendimento muito bom em creche, como damos hoje no ensino fundamental. No ensino fundamental não falta mais vaga em Ribeirão Preto, nós construímos tantas escolas, reformamos, ampliamos as unidades escolares já existentes, de tal forma que hoje não faltam vagas no ensino fundamental.

A Cidade – Um dos problemas mais sérios na saúde é a falta de vagas nos hospitais para urgência e emergência, que sobrecarregam as unidades e onde passageiros passam até dias nas unidades esperando uma vaga.

Gasparini – Quantos dias?


A Cidade – Casos de até 48 horas em unidades. Como está a questão? A região sobrecarrega o sistema?

Gasparini – Faltam leitos na chamada urgência e emergência, na chamada UTI, nem é na urgência e emergência é nas chamadas salas de UTI, estas realmente em determinados momentos, num determinado horário, num determinado dia, hoje se você for lá vão estar todos informados. Em determinados dias tem acontecido de que todos os leitos de uti, estarem lotados. O que acontece. No pronto-socorro nosso, nós ficamos dando atendimento, ninguém fica sem atendimento, até que se abra um leito na UTI. Isto está acontecendo e é um projeto que nós estamos estudando, elaborando um plano de governo para resolver isto definitivamente. Existem vários estudos a este respeito. Um é a própria prefeitura criar UTIs.


A Cidade – Criar um hospital municipal?

Gasparini – Não UTIs só, que os outros leitos têm. Nós temos agora o governo do estado, construiu um hospital em Ribeirão Preto e inclusive está sobrando vagas. Tanto é que ele está fazendo um entendimento com a Secretaria Municipal da Saúde para fazer determinados atendimentos e reduzir as filas grandemente. Além disto, deve começar a funcionar dentro de 30 a 60 dias o Hospital da Mulher em Ribeirão Preto, que o governo do estado está instalando em nossa cidade, junto com a faculdade de medicina e este hospital, todos os assuntos de questão de saúde de mulheres, haverá atendimento neste hospital.


A Cidade - Na rede municipal há falta de médicos e filas de espera para agendamentos. Como solucionar o problema?

Gasparini – Veja bem, quase todas as especialidades não há demora hoje na consulta, existem quatro ou cinco que tem uma demora um pouco maior, mas mesmo assim, menos da metade do que demorava antigamente. Já reduzimos muito isto, e através de providências que estamos tomando agora, uma delas é fazer mutirões de consultas, para isto nós vamos fazer convênios com hospitais e outros tipos de convênios para reduzir e muito a fila de atendimento. Hoje determinada especialidade é atendido no dia seguinte, e urgência isto que é importante, não tem demora. O que acontece, por exemplo, você vai de segunda feira no posto de saúde aqui do Centro, e vai encontrar uma fila enorme de gente que vai buscar atestado de que esteve doente para justificar a ausência no trabalho. Toda segunda-feira há um acúmulo neste setor, e às vezes em alguns momentos acontecem acúmulo. Mas em regra geral os postos estão atendendo bem, nós temos aferição disto através de questionários. Eu mesmo fui pessoalmente, por exemplo, no posto de saúde do Castelo Branco, de 14 pessoas que eu conversei que estavam sendo atendidas, 13 se declararam que estavam satisfeitos com o atendimento. Uma só pessoa se disse que não tinha sido bem atendido. Então eu acredito que nos postos e nas unidades distritais, que o atendimento está muito, precisa melhorar muito mais, eu concordo com isto, às vezes acontece de faltar um médico. Quando falta um médico não fica ali o chamado médicos substituto, as vezes falta um médico sem avisar daí dá um acúmulo.


A Cidade – Nós fizemos uma pesquisa que mostra que a área onde os usuários estão mais insatisfeitos é o da saúde. Têm 61% de insatisfação na saúde. Exatamente pela demora no atendimento. A preocupação com a saúde ultrapassou empregos, trânsito, segurança. O senhor atribui a que isso?

Gasparini – São vários fatores. A saúde melhorou, mas tem que melhorar muito. A prefeitura estava endividada e faltava dinheiro, até para comprar remédios. Há três anos e meio que não se tem mais uma notícia de falta de remédio. Não sei se o jornal aqui confirma isto, mas deve confirmar. Vocês não têm uma notícia de falta de remédio nos postos. Além disto nós fizemos uma modernização nos serviços, que ainda não foi muito sentida, mas que vai ser sentida em pouco espaço pela população. Hoje a pessoa para marcar uma consulta não precisa ir mais nos postos. Ele por telefone no 0800 é atendido por uma central, aí ele diz a sua consulta, dependendo da especialidade está marcada para o dia tal, as tantas horas em tal local. Agora em curto espaço de tempo nós vamos emitir 150 mil cartões de identificações de clientes do Sistema Único de Saúde nossos. Este é um projeto para o Brasil todo, mas não saiu do lugar e vai sair aqui em Ribeirão Preto. Então a pessoa vai ter um cartão dele e além do cartão, outro plano de modernização da saúde este já está funcionado, nós compramos cerca de mil computadores, toda a área de saúde está informatizada, o médico tem um computador vai aparecer todo o histórico da vida da saúde deste paciente. Quais as doenças que ele tem, qual a última vez que ele fez consulta, quais os remédios que ele toma, ali nós vamos ter como um doente particular, os melhores médicos particulares, o paciente vai ter um cadastro. Com isto inclusive nós tivemos casos, com um controle melhor dos remédios, estamos pegando, muitas vezes uma pessoa que vai num posto e pega remédio, vai em outro posto e pega remédio, Muitas vezes dentro de 15 dias, pega remédio em 4 ou cinco postos de saúde. Agora não mais ter jeito, porque aparece neste painel, tem este identificador. Além disto o sistema de Geo-referenciamento. É um sistema informatizado através do qual, por exemplo, o caso da dengue. Onde são encontrados os focos de dengue, vai tudo para esta tela e temos em qualquer momento, onde estão estas áreas mais sensíveis ao mosquito da dengue, quais as áreas mais sensíveis. Desta forma você pode fazer um planejamento de melhoria da saúde naquele setor, através de combate. Outro exemplo você pode colocar neste mapa as áreas onde as pessoas foram vacinadas contra determinadas doenças, onde infelizmente, a vacinação foi menor, ou outra melhor e isto dá um controle do planejamento da saúde muito bom. Além disto, colocamos um GPS nas ambulâncias nossas, hoje em todas as ambulâncias têm este aparelhinho, de tal forma a qualquer momento que uma pessoa telefona, imediatamente aparece onde estão as 15 ambulâncias. O mais perto daquela casa é acionado por rádio para ir atender imediatamente. Isto tem diminuído cinco, 10, 15 minutos o atendimento nestes casos de urgência e tem salvado vidas.


A Cidade – Desde 2000 a cidade não possui mais terminais de ônibus urbanos, o senhor tem algum projeto para retomar estes terminais, ou será mantido o sistema atual?

Gasparini – A Transerp já está fazendo estudo neste sentido, já está basicamente pronto. Nós vamos ter terminais de ônibus praticamente cercando a área do centro comercial de Ribeirão Preto. Isto está no plano dentro da estação rodoviária, que é praticamente nova, moderna, funcional, elevador para deficientes, vai ser uma estação rodoviária igual as capitais brasileiras, muito boa realmente. E dentro do projeto, estão previstos também terminais urbanos próximos desta área.


A Cidade – E com relação ao problema da superlotação dos ônibus nos horários de pico, o que está sendo feito?

Gasparini – Nós temos uma programação a curto prazo e uma a prazo maior. A curto prazo, são você melhorar o trânsito, por que estão entrando por dia em Ribeirão Preto, quase que 60 veículos novos e o trânsito está ficando congestionado em longa escala, principalmente nos chamados horários de pico. Também como conseqüência os ônibus sofrem um processo de mais demora no transporte e tudo isto. Durante o dia, você pode ver, tem ônibus andando praticamente vazios. Às vezes com quatro ou cinco pessoas, num ônibus em que cabem 60 pessoas. Nos horários de pico, realmente é o problema, agora pensando em um prazo maior estou determinando a uma comissão, que devo nomear nestes dias, para o estudo e planejamento de um metrô para Ribeirão Preto. Veja bem, eu não estou fazendo uma promessa, que eu vou construir um metrô. Estou dizendo que nós vamos projetar o futuro metrô de Ribeirão Preto.


A Cidade – Como fica a questão do aeroporto Leite Lopes?

Gasparini – O aeroporto internacional de cargas, desde 2002 está aprovado para Ribeirão Preto, tanto que faz cargas aqui e tudo mais. O que está faltando é a construção dos terminais de cargas, os armazéns de cargas, já há uma empresa que ganhou a concorrência para isto, depois entraram uma série de fatores para isto, que atrapalharam a instalação do aeroporto, o fato que retardaram, mas já tem autorização para fazer a questão de cargas, as pistas foram alargadas o necessário não só para receber aviões de carga, mas para receber aviões internacionais de passageiros também. A pista hoje que nós temos, tem um plano também de prolongar mais ainda a pista. Mas no momento os estudos feitos mostram que não é necessário fazer, a curto prazo e a médio prazo, uma pista maior. A pista nossa agora é igual à do aeroporto internacional de Porto Alegre, igual ao aeroporto internacional de Curitiba e aos melhores aeroportos internacionais, é lógico, tirando dois ou três aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro e Campinas. No mais, Ribeirão Preto está com tudo para ser um aeroporto internacional de cargas e de passageiros. Faltava o terminal de passageiros, que já está sendo construído, e o que tem lá além da comodidade do passageiro, tem sala para a receita Federal, tem sala para a Polícia Federal e sala para a Anvisa, para poder fazer exportações e importações de cargas. O último problema que tem ali é a questão das quatro favelas, está sendo contratada a curva de ruído, junto ao IPT. Já existia um estudo, mas o promotor pediu um novo estudo porque ele achava que aquele estudo não valia, não era bom. Então ele queria um novo estudo por um órgão oficial. Eu fui até o Secretário dos Transportes (Estado), conseguimos que se contrate o IPT. Mas já sabemos que estas quatro favelas, mesmo que alguns barracos não estejam na curva de ruído, nós teremos que fazer com que estas favelas entrem em planos habitacionais. Isto já foi feito, nós conseguimos do PAC, do Governo Federal, uma verba muito grande, cerca de R$ 28 milhões para isto, conseguimos do governo do Estado cerca de R$ 30 milhões e R$ 5 milhões da prefeitura. Então serão construídas 1.200 moradias, para estes moradores destas favelas.


A Cidade – Ribeirão vive um problema sério de trânsito, principalmente na área central, o que pode ser feito para resolver este problema?

Gasparini – Não só na área central, mas nas grandes avenidas, no horário de pico também. Tanto que nós conseguimos agora do governador José Serra, conseguimos quatro viadutos só na avenida Castelo Branco, que vão ajudar demais a desafogar o trânsito naquela área. E eu estou reivindicando mais três viadutos do Governo do Estado, da Secretaria dos Transportes que está em entendimento com a Autovias, concessionária da estrada para ligar todos aqueles bairros com as cidades na área da avenida Henry Nestlé, nós temos quase 40 mil moradores naquela área que necessitam de viadutos para se comunicar.


A Cidade – A prefeitura estuda alguma coisa para restringir o acesso ao Centro, faixas de ônibus exclusivas em avenidas?

Gasparini – Nós temos lá na Transerp, empresa que é responsável por isto, engenheiros especialistas, temos o conselho municipal de organismos que ajuda a discutir estes assuntos e você tem a mídia que faz sugestões também. Tudo isto está sendo estudado. Nós estamos agora modernizando os semáforos. Estamos instalando semáforos com o tempo que falta para mudar de vermelho para amarelo, tudo mais, isto já evita acidentes. Uma melhor sinalização do trânsito, reparos em alguns setores, construindo ligeiras rotatórias, tudo isto já melhora. E isto já está sendo feito. Ali por exemplo na Presidente Vargas com a João Fiúsa, que é outro ponto de estrangulamento do trânsito já está sendo projetado um viaduto. Então são algumas medidas a curto, a médio e a prazo maior. A prazo maior já se começa a estudar a construção de viadutos e a implantação de metrô. E hoje para algumas coisas melhorou muito porque eu tentei conseguir financiamentos no Banco Mundial, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, mas eu apresentava projetos e vinha a resposta não é possível por que a prefeitura está no Serrana, o Daerp está no Serasa e não há capacidade de endividamento. Porque só sai estes financiamentos se você provar que tem capacidade financeira. Agora graças a Deus já tem condições. A Caixa Econômica Federal não financiava mais planos habitacionais para a Cohab de Ribeirão Preto, ia fechar a Cohab de Ribeirão Preto, por que devia uma fortuna. Eu consegui renegociar, estamos pagando as prestações religiosamente a Caixa Econômica voltou a financiar a Cohab, e como resultado disto com recursos do Governo Federal e do CDHU, nós estamos chegando a cinco mil casas populares em apenas três anos.


A Cidade – Hoje as zonas Sul e Leste concentram a maior expansão urbana na cidade, como planejar este desenvolvimento?

Gasparini – Planejamento e planejamento técnino, não é de discurso de entrevistas, são profissionais técnicos que estão estudando, devem estudar e apresentar soluções. Hoje não é só Ribeirão Preto, todas as cidades de médio porte para cima estão enfrentando este impacto muito grande que esta acontecendo, principalmente no trânsito. A previsão é que São Paulo em cinco anos pára, com metrô e tudo, pára. É preciso soluções novas. E Ribeirão Preto que tem um crescimento muito grande está acontecendo isto. Nunca se vendeu tanto carros como agora. Além disto a cidade está crescendo de uma maneira muito grande. A primeira vez que eu administrei Ribeirão tinha 150 mil pessoas, fiquei alguns anos fora, voltei, 300 mil, voltei a ser prefeito ela tinha 450 mil, fique alguns anos fora voltei agora está com 600 mil, e logo, logo vai estar com 1 milhão. Então não houve falta de planejamento no passado. Era difícil se prever o dobro da população em um curto espaço de tempo.


A Cidade – Hoje o crescimento está menor?

Gasparini – Ao contrário a cidade está explodindo. Ontem mesmo eu recebi um empresaril que vai investir em duas torres com mais de 25 andares, um pequeno shopping entre elas, um investimento de R$ 100 milhões. Todos os dias estou recebendo notícias de novos investimentos. A Nestlé Internacional veio para cá no ano passado e em um só ano abriu 500 vagas. Assim poderia citar uma série. O distrito industrial está lá a todo vapor. São cinqüenta empresas construindo. Todos os lotes da primeira etapa vendidos. Lançamos a segunda etapa. E dentro de 30 dias vou lançar a terceira etapa. Só nos últimos sete meses foram aprovadas 6 novas torres com mais de 30 andares em Ribeirão Preto. Hoje não se acha eletricista, pedreiro, carpinteiro e engenheiro não se encontra mais em Ribeirão Preto. Estão se buscando em outras cidades.


A Cidade – Como resolver o problema das favelas. Ribeirão Preto tem hoje 34 favelas. Como resolver, é possível acabar com elas em mais quatro anos?

Gasparini - É impossível, porque é um processo constante de famílias muito pobres que vêm aqui para Ribeirão Preto e não têm dinheiro para alugar um imóvel. Então eles acabam indo para um barraco. Eles compram os barracos, não sei se você sabe disto. Outros alugam barracos. Tem gente que tem 3, 4 barracos e alugam estes barracos. O que estamos fazendo, primeiro um plano habitacional com a construção de cinco mil casas em três anos.


A Cidade – Mas a população de favela tem condições de pagar estas casas?

Gasparini – A população de favela tem condições de adquirir casas do CDHU, Desta cinco mil alguns milhares são pela Caixa Econômica Federal, que atingem famílias com renda superior a três salários. As casas do CDHU, atingem pessoas com renda de um salário mínimo. E elas têm condições de amortizar estas casas, e sendo desfavelamento têm algumas facilidades. O que nós estamos fazendo: temos um plano de urbanização de favelas e um plano de desfavelamento. No plano de urbanização temos algumas, como no caso do Monte Alegre onde nós já iniciamos o processo de urbanização. Lá nós estamos tirando 150 famílias, que vão para um conjunto habitacional que estamos construindo. Alguns barracos e até casas de alvenaria estão onde vão ser ruas e estas têm que sair. Que é a urbanização da favela, que vai ter rua, que vai ter avenida, vai ter isto e aquilo. Nos outros setores nós estamos fazendo o uso do solo, um plano especial. Eles ficam no local, mas ficam com água, luz, galeria de águas pluviais, asfalto, todas as melhorias de um bairro, aí acaba a favela. Que a favela Monte Alegre, ele já escolheram até um novo nome, vai ser Jardim Monte Alegre. Será um bairro muito bom, sem nenhum problema. No aeroporto, são quatro favelas, lá nós vamos fazer o desfavelamento, vamos construir conjuntos habitacionais, são conjuntos com 1.200 casas. Este conjunto vai abrigar as 1.200 famílias que estão cadastradas nestas quatro favelas. Sou de fora, sou de Batatais e vim para Ribeirão Preto buscando oportunidade para estudar e trabalhar ao mesmo tempo, buscando vencer na vida aqui. O número de pessoas que vêm de fora é muito grande, mas graças a Deus, apesar de aumentar muito a população, a qualidade de vida de Ribeirão Preto é ótima. Eu vou dar um exemplo este último levantamento feito pela Firjan, entre os melhores municípios do Brasil, Ribeirão pegou o 30º. Sabe quantas cidades ela pulou do último levantamento para este? 80! Em curto espaço de tempo ela vai ficar entre as 10 melhores cidades do Brasil, como era no meu tempo. Vai ser a única cidade com mais de 500 mil habitantes a ter 100% do esgoto tratado. Vai ser a única.


A Cidade – Com relação ao problema das enchentes, Ribeirão tem como resolver o problema a curto prazo?

Gasparini – Tem a médio prazo. Em curto prazo melhora, como já melhorei. Em Bonfim Paulista tem uma bacia de contenção. Esta bacia de contenção quando eu assumi o governo só tinha 30% da capacidade, porque isto tem que ter manutenção, limpeza, o que tinha de lixo e terra, nesta bacia de contenção era uma coisa incrível. Hoje ela tem 100% de capacidade. Gastamos quase R$ 1 milhão nesta obra. Nós tivemos até quatro dragas trabalhando ao mesmo tempo limpando e alargando os córregos, isto já ajudou bastante. Se tivemos duas inundações, antigamente tínhamos quatro ou cinco no ano e nunca choveu tanto como no ano passado. As últimas chuvas antes de eu assumir destruíram três pontes e fizeram estragos enormes. Todos os estragos foram recuperados. E agora o projeto maior que nós temos é o encontro dos rios e ali será feito em paralelo um outro canal que vai possibilitar resolver o encontro dos rios e resolver o problema das enchentes ali. Tivemos alguns problema na área de meio ambiente, porque com razão, eles exigem muito. Como o promotor pediu um plano de macrodrenagem de Ribeirão Preto para autorizar a obra. Estou com dinheiro para fazer esta obra, está em concorrência e aciono a concorrência em 15 a 20 dias e também abro a concorrência para o projeto de macrodrenagem. É importante que em cada período haja um investimento em um projeto global.

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71130/gasparini-disputa-o-quinto-mandato.html

sábado, 23 de agosto de 2008

Dárcy Vera: Resumo legislativo


Entre 1996 e 2007, 181 projetos de lei de sua autoria foram aprovados, dos quais:


  • 41 dão ou mudam nomes de ruas
  • 22 dispõem sobre saúde
  • 21 dispõem sobre convênios
  • 7 visam a construção de escolas
  • 3 cedem o uso de imóvel da prefeitura, por 50 anos, aos Movimento Escoteiros Amoirés
  • 1 cede o uso de imóvel da prefeitura, por 50 anos, ao serviço Diskardek
  • 1 autoriza a utilização da expressão "ribeirãopretano" "em toda a circunscrição do Município de Ribeirão Preto". Quer dizer que fora de Ribeirão não pode falar?

Fonte: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/principaln.php?pagina=/leis/pesquisa/pesquisa.php

Welson Gasparini condenado por superfaturamento em licitação

O ex-prefeito de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo), Welson Gasparini (PTB), foi condenado a devolver aos cofres públicos cerca de R$ 757 mil. Gasparini foi prefeito pelo PDC no período de 1989 a 1982.

A Justiça considerou ter havido superfaturamento e fraude no processo licitatório para construção do calçadão da cidade, obra concluída em 1992.

De acordo com a decisão do juiz da 3ª Vara Cível de Ribeirão, Lauro Mens de Mello, divulgada no último dia 29 de setembro, o ex-prefeito e a construtora O.A.S Ltda. - responsável pela construção - foram condenados a devolver aos cofres da prefeitura a quantia de Cr$ 152.872.484,00.

Nos dias atuais, esse valor corresponde a R$ 756.830,00, segundo cálculos feitos pela Folha.

Segundo o juiz, houve superfaturamento no processo de licitação porque, embora esse tenha sido o valor orçado pela construtora e pago pela prefeitura, a obra pode ser concluída pelo valor de Cr$ 66.360.192,75.

Com base no dado acima, consta na decisão judicial que é 'possível afirmar-se que o patrimônio público sofreu prejuízo no importe de Cr$ 86.512.291,25'.

A fraude, segundo Mello, se caracteriza pelo fato do contrato da empresa ter data anterior à publicação da abertura de proposta para o processo licitatório, respectivamente 18 e 30 de agosto de 1991.

'Como se verifica, existe prova de que a empreiteira vencedora já tinha conhecimento do resultado da licitação muito antes de seu término, a indicar que esta foi fraudulenta', informa a decisão do juiz.

Como a ação condenatória foi em 1ª instância, o ex-prefeito e a construtora podem recorrer da decisão no Tribunal de Justiça do Estado, em São Paulo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u9628.shtml

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Welson Gasparini condenado por neopotismo pela 2ª vez

  Maggioni, Gasparini e dois de seus filhos foram condenados e tiveram os direitos políticos suspensos pela Justiça de Ribeirão Preto

    Pela segunda vez, o prefeito Welson Gasparini (PSDB) e o ex-prefeito Gilberto Maggioni (PT) foram condenados pela justiça à suspensão dos direitos políticos e ao pagamento de multa por causa de contratação de parentes na administração pública. Welson Gasparini Junior e de Luciana Gasparini, filhos do atual prefeito, foram contratados para trabalharem, respectivamente, como secretário do Governo e função administrativa na Secretaria da Educação desde 2005. Eles vão recorrer da decisão.

    Maggioni se envolveu na condenação porque revogou em 2004 o decreto baixado no governo Jábali (1997-2000) que proibia a contratação de parentes para cargos comissionados, os que não necessitam de concurso.

    Gasparini Junior, que foi afastado do cargo por ordem judicial, e Luciana Menna Barreto Gasparini vão ter que devolver dinheiro aos cofres públicos porque a Justiça entendeu que a contratação deles gerou dano ao município, além de terem seus direitos políticos suspensos por cinco anos e terem que pagar uma multa no montante de duas vezes o valor do dano. Mas as multas que o prefeito e o ex-prefeito terão que pagar são mais pesadas: cem vezes o valor do salário de cada um ( no caso, R$ 1,6 milhão de reais).

    Maggioni afirma que considera sua condenação injusta porque ele nem sequer foi citado na ação para fazer sua defesa. "Vou recorrer da condenação, mas considero um absurdo. Eu, uma pessoa com domicílio conhecido, não ter sido citado para me defender", afirma.

Fonte:  http://www.unicoc.com.br/jornalismo/noticias.aspx?IdMateria=18729

Dárcy Vera e Welson Gasparini: de parceiros a adversários

As candidaturas de Welson Gasparini (PSDB) e Dárcy Vera (DEM) já têm indicados a vice-prefeito. Marcelino Romano Machado (PP) fará parceria com Gasparini, atual prefeito que tenta a reeleição. Já Marinho Sampaio, vereador pelo PMDB, será o par da deputada estadual Dárcy (veja o perfil dos indicados ao lado).

 

Os anúncios foram feitos ontem. O Democratas marcou evento para as 9h30, enquanto o nome de Marcelino foi oficializado na convenção do PSDB, realizada às 18h de ontem.


No encontro tucano, que aconteceu na Câmara, estiveram presentes pelo menos 500 tucanos e aliados. "Nossa chapa está fechada e, agora, é trabalhar duro, com todos os partidos, para eleger Welson Gasparini pela quinta vez", disse Marcelino.


O prefeito, recebido ao som de "quem manda é o povo, Gasparini de novo", agradeceu aos cinco partidos da aliança. "Vamos junto e é uma grande honra ter PTC, PP, PSB e PSDC ao meu lado", disse.



DEM

Já no caso de Dárcy Vera, a coligação será oficializada no domingo, quando o DEM realiza convenção. "Em dez dias teremos o CNPJ para abrir conta e iniciar a campanha", disse.
A deputada aproveitou a ocasião para elogiar Sampaio. Nos bastidores, corria a informação de que a indicação dele não agradaria a cúpula Democrata. "É um orgulho ter o Marinho como vice. A vinda dele completa o nosso trabalho", disse.


Partido confirma Rubinho a prefeito

O PSOL realizou ontem, na Câmara de Ribeirão, sua convenção. O bancário Rubens Chioratto Junior, o Rubinho, foi o indicado pela sigla na disputa à prefeitura.


O candidato a vice, também do PSOL, será o publicitário Laércio Ferreira da Silva.


Segundo Rubinho, o partido pretende demonstrar, na campanha, que as opções dos ribeirão-pretanos não se restringem a "duas ou três" candidaturas.


"Faremos uma campanha baseada em propostas. Queremos pautar as discussões em tornos de projetos e demonstrar quem somos, hoje, uma alternativa viável ao poder estabelecido", disse Rubinho. 


Fonte: http://diariometropolitano.com/metro/index.php?option=com_content&task=view&id=1562&Itemid=42

Palocci entra na campanha de Feres Sabino em Ribeirão


O deputado federal Antônio Palocci Filho (PT), ex-prefeito de Ribeirão Preto por duas vezes, participará da campanha do candidato da legenda, Feres Sabino, assim como em outras cidades da região. Mas tudo vai depender da agenda do ex-ministro da Fazenda, segundo sua assessoria.
O site do candidato já explora o apoio de Palocci e exibe uma foto do candidato ao lado do deputado em um evento na início de julho em Ribeirão.
A assessoria de imprensa de Palocci informou que o deputado vai apoiar e participar das campanhas de todos os candidatos a prefeito do PT na região, com atividades públicas, mas ainda não definidas.
"O Palocci é um militante muito disciplinado e vai compatibilizar sua agenda regional com a de deputado, participando de reuniões, comícios e gravando declarações de apoio", disse Pedro Jesus Sampaio, presidente do diretório local. Ele acrescentou que a entrada ou saída de Palocci ocorrerá "no melhor momento". "É essencial o comparecimento dele em qualquer local, mas não sei quantas vezes isso será possível", explicou.
Questionado sobre as acusações contra Palocci, principalmente o episódio da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa - cujo caso o derrubou do Ministério da Fazenda e está no Supremo Tribunal Federal (STF) -, Sampaio evita polemizar e disse esperar duas situações.
"Vamos encontrar eleitores que perderam a confiança nele e os que acreditam que aquilo foi uma discussão política, então temos que esperar para ver a reação pública e não tem como antecipar essa análise."
Biografia
Sabino foi secretário de Negócios Jurídicos de Palocci entre 1993 e 1996. É advogado e em 1976 foi candidato a prefeito de Ribeirão Preto pela primeira vez pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Foi procurador-geral do Estado de São Paulo no governo de Franco Montoro nos anos 1980 e também atuou no governo de Mário Covas entre 1997 e 2000. Sabino filiou-se ao PT em 2003 e agora tenta chegar à prefeitura. Segundo as últimas pesquisas, o candidato petista tem apenas 1% da preferência do eleitorado. (AE)

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/71050/palocci-entra-na-campanha-de-feres-sabino-em-ribeirao.html